Ler é muito mais do que decifrar códigos, símbolos, é interpretar e compreender o que se lê. A partir do momento que começamos a compreender o mundo a nossa volta, começamos o processo de leitura. Esse processo se dá a partir do contato com o mundo e as pessoas com as quais interagimos, a partir do acúmulo de experiências sociais, sejam através de imagens, de objetos concretos, de expressões, de um livro, um filme, um desenho, uma propaganda, etc., conscientes ou não desse processo, pois muitas vezes não nos damos conta que estamos lendo.
Segundo Angela Keiman, a leitura é um processo interativo em que o
leitor utiliza os diferentes níveis de conhecimento para que ocorra essa
interação, “trata-se da dimensão interacional entre autor e leitor, a
partir de uma base textual sobre a qual o leitor se apoia, que se constitui na
materialização de significados e intenções de um dos interagentes à distância,
via o texto escrito”.
Os conhecimentos prévios do leitor como os linguísticos, como o
vocabulário e as regras da língua e seu uso, os textuais, que englobam o
conjunto de noções e conceitos sobre o texto, os de mundo, que correspondem ao
acervo pessoal do leitor, são imprescindíveis no processamento do texto. Para
que a leitura seja satisfatória, onde ocorre a compreensão do que se lê, esses
diversos tipos de conhecimentos interagem entre si.
Leonardo Boff sintetiza “cada um lê com os olhos que tem. E
interpreta onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para
entender o que alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua
visão de mundo. Isto faz da leitura sempre uma releitura. (...) Sendo assim,
fica evidente que cada leitor é coautor.”
Paulo Freire coloca-nos que a leitura do mundo precede sempre a leitura
da palavra. Em nossa experiência existencial o ato de ler vem se dando.
Primeiro se dá a “leitura” do pequeno mundo que se move; depois a leitura da
palavra que muitas vezes, no processo de escolarização, não foi a leitura da
“palavra mundo”. Aquele mundo especial era dado como o mundo de sua atividade
perspectiva, como o mundo de suas primeiras leituras. As “letras”, as
“palavras”, os “textos” daquele contexto em cuja percepção experimentava e,
quanto mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber se materializavam
numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão ia aprendendo no
seu trato com eles, na sua relação com seus irmãos mais velhos e com seus pais.
Donde conclui que a leitura do mundo foi sempre fundamental para a compreensão
da importância do ato de ler, de escrever ou de reescrevê-lo, e transformá-lo
através de uma prática consciente.
http://pt.scribd.com/doc/27827045/Resenha-Texto-e-Leitor-Aspectos-Cognitivos-Da-Leitura-Angela-Kleiman
http://www.colegiosantamaria.com.br/santamaria/aprenda-mais/artigos/ver.asp?artigo_id=2
http://pt.scribd.com/doc/27827045/Resenha-Texto-e-Leitor-Aspectos-Cognitivos-Da-Leitura-Angela-Kleiman
http://www.colegiosantamaria.com.br/santamaria/aprenda-mais/artigos/ver.asp?artigo_id=2
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